quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A Formação dos Estados Nacionais

A FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS


No século XIV, a Europa Ocidental foi afetada por uma crise generalizada, que trouxe fome, epidemias, revoltas e guerras, no campo e nas cidades, abalando profundamente o sistema feudal.

Em dificuldades a nobreza procurou apoio nos reis, os mais altos suseranos da hierarquia feudal, com o objetivo de obter ajuda para submeter os camponeses e garantir suas propriedades.

Os reis, favorecidos também pela conjuntura de guerras continuadas, tiveram sua liderança reforçada, reassumindo antigas funções de aplicação da justiça e de manutenção da ordem em territórios cada vez mais ampliados.

Acompanhando a progressiva centralização do poder dos reis, formou-se na Europa as monarquias ou Estados nacionais unificados, que eram países de superfície territorial variável, englobando populações de tradições, língua e passado histórico comuns.

Essa nova forma de organização política atendia aos interesses tanto da nobreza quanto da burguesia. Os nobres tiveram as segurados os seus privilégios feudais sobre os camponeses, as suas terras e os seus títulos nobiliárquicos além de cargos administrativos, pensões e chefias de regimentos militares, apesar de sua crescente dependência frente aos reis e da perda de autonomia.

Os burgueses procuraram aliar-se aos reis, financiando-os com recursos para a manutenção de exércitos profissionais permanentes, necessários à manutenção da ordem e do poder. Além disso, a centralização política e administrativa, trouxe a gradual unificação de impostos, leis, moedas, pesos, medidas e alfândegas em cada país, beneficiando o comércio e a burguesia.

Os Estados nacionais, formados a partir de fins do século XIV em Portugal e durante o século XV na França, Espanha e Inglaterra, evoluíram no sentido do Absolutismo monárquico, sistema político no qual o rei detém o poder total, cabendo-lhe o direito de impor leis e obediência aos súditos. Mesmo as regiões que permaneceram divididas em pequenos reinos e cidades, como a Itália e a Alemanha, a tendência foi para o fortalecimento do poder político dos governantes locais.

AS INOVAÇÕES DO ESTADO ABSOLUTISTA

As principais inovações do Estado absolutista, em relação à época feudal, foram: a criação de um exército permanente, de uma burocracia administrativa, de um sistema nacional de impostos e de uma diplomacia que regulamentava o relacionamento entre os países e o controle do comércio pelo Estado, através das práticas mercantilistas.

Em função das lutas contínuas que caracterizaram a Europa renascentista, os monarcas da França, Holanda, Espanha Inglaterra, Áustria organizaram exércitos regulares comandados pela nobreza (cuja arma era a cavalaria) e formados por uma infantaria de mercenários que podiam ser suábios albaneses, suíços, irlandeses, valáquios, turcos, húngaros ou italianos.

Os soldados mercenários eram utilizados porque os nobres evitavam armar seus próprios camponeses, com receio de eles se -revoltarem e se recusarem à obediência. A guerra era a principal ocupação da nobreza e o meio mais rápido de os reis conquistarem terras e riquezas, tornando-se vital para o Estado absolutista. Ela era mais eficiente para o enriquecimento do país do que o aumento da produtividade na agricultura ou nas manufaturas.

No campo de batalha, perdiam-se ou conquistavam-se terras, alargando-se as fronteiras nacionais, mesmo se nas regiões ocupadas a população tivesse língua ou costumes diferentes. No século XVI 80% da renda do Estado espanhol destinavam-se aos gastos militares.

0 Estado absolutista organizou também uma burocracia administrativa recrutada entre a nobreza e a alta burguesia, responsável pela administração recolhimento dos impostos e fiscalização das ordens régias. A venda de cargos públicos à nobreza e à burguesia foi um meio largamente utilizado pelo Estado para aumentar seus rendimentos.

Além das taxas tradicionalmente pagas aos nobres pelo uso da terra moinhos, pastos e florestas, o Estado absolutista criou novos impostos que recaíam basicamente sobre as camadas mais pobres da população e sobre a burguesia, permanecendo a aristocracia isenta de tributação.

Os camponeses tinham agora que pagar também a gabela imposto sobre o sal, e a talha, imposto criado para sustentar as despesas do reino com as guerras e a administração do Estado, Essa situação motivou inúmeras revoltas nos séculos XVI e XVII e os funcionários encarregados do fisco tinham que trabalhar protegidos por soldados.

As monarquias absolutistas desenvolveram ainda um sistema diplomático entre os países, com embaixadas fixas e recíprocas no exterior, que contavam com funcionários encarregados do intercâmbio e das comunicações. Uma das funções mais importantes da diplomacia era a de promover casamentos entre os membros das diversas dinastias reinantes.Os arranjos matrimoniais constituíam uma forma menos dispendiosa e mais pacífica de expansão territorial.

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