domingo, 28 de outubro de 2012

Grécia - berço da cultura ocidental

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Os primeiros habitantes da Grécia foram os Gelasgos. Este povo era oriundo da Anatólia, região da Ásia Menor. Ocuparam, entre o terceiro e segundo antes de Cristo (a.c.), a Hélade, Creta e outras ilhas do mar Egeu.


Graças aos relatos das viagens homéricas de Ulisses, o herói da guerra de Tróia, contidos no livro “Odisseia” e principalmente do poema épico a “Ilíada”, que conta os desagravos de Aquiles e as suas consequências. Os mais significativos acontecimentos decorrem no último dos dez anos da guerra de Tróia (Ilion). Tudo aconteceu porque foi raptada a bela rainha de Esparta, Helena!
Como dizia, foi graças a estas duas imortais obras, que tanto influenciaram a cultura clássica ocidental, que a Grécia saiu da obscuridade para o esplendor de uma civilização e cultura dificilmente superadas nos séculos seguintes.
A influência destas obras pode ser observada nos autores clássicos, como em “Eneida”, de Virgílio. Encida é considerada como obra geradora de litarutura ocidental.
Apesar de ocupada, a Grécia conservou a supremacia no campo cultural como capital académica do Império Romano.
Conhecemos a civilização mesopotâmica assim a egípcia. Porém nenhuma delas atingiu a notoriedade da grega.
Se foram os Pelasgos os primeiros habitantes da Hélade, foi Creta que deu origem à civilização pré-helénica.
Os Cretenses eram exímios navegadores. Foram eles que implantaram a Talassocracia (governo ou poder dos mares).
Com a chegada dos Hicénios a civilização cretense entrou em declínio. Espalhados por toda a Grécia, a sua influencia, irradiada desde Creta, estendeu-se desde a costa asiática, à Sicília. Tinham a sua capital em Micenas na Argólida, região próxima do istmo de Corinto, hoje cortado por um canal.
A ilha de Creta, a sul das Cíclades, no Mediterrânio Oriental, tinha e, Cnossos, a cidade do rei Minos.
O Minotauro, segundo a mitologia grega, era filho de Minos. Tinha cabeça de touro e corpo humano.
Encerrado num labirinto, alimentava-se de belas jovens. Para acabar com esta crueldade, Teseu, príncipe ateniense, através de um artifício, entrou no labirinto e matou o Minotauro.
Apesar da Grécia ser província romana, manteve sempre a sua literatura, filosofia, todas as belas-artes e até grande percentagem da mitologia religiosa.
Por falar em mitologia, vem mesmo a propósito mencionar alguns dos mitológicos deuses gregos e romanos.
Podemos então dizer que a Gasidon, deus grego do mar, correspondia o romano Neptuno; se Afrodite simbolizava para os gregos, o amor, os romanos possuíam Vénus; para Deméter, deusa grega das searas, vem a romana Ceres; Hades era deus grego dos infernos. Os romanos adoptaram Plutão; se Méstia presidia no domicilio grego, Lares tinha a mesma função para os romanos; a grega Atena simbolizava a inteligência. Os romanos evocavam Minerva. O culto a Dionísio, foi introduzido em Roma sob a figura de Baco, deus da vinha e do vinho; para Artemisa, a “caçadora” grega tinham os romanos a bela Diana.
Zeus (Júpiter para os romanos) é o deus supremo. A estátua de Zeus, era uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Construída em Olímpia, presidia aos Jogos Olímpicos. Estes jogos iniciaram-se no ano 776 a.C., nas margens do rio Alfeu. Comportavam apenas cinco disciplinas: salto, corridas, luta, lançamento de disco e do dardo. Este conjunto de disciplinas denominava-se de pentatlo.
Falamos de mitos. Falemos agora de lendas. Da Grécia herdamos inúmeras e extraordinárias lendas.
Como o espaço sempre me foge, apenas darei um exemplo: o lendário desaparecimento de Atlântida.
A lenda fixa o famoso continente nos Açores, no sul da América e ainda a norte de Creta, na ilha de Santorino, a antiga Tera.
Em Tera, um activo vulcão explodiu! Foi terrível! A ilha desapareceu!
Uma das Dez Pragas do Egipto talvez seja a consequência dessa violenta erupção vulcânica. Este terrível fenómeno da natureza aconteceu no século XIII a.C., no tempo do Faraó Ramsés II (1292-1225)… E de Moisés!
Cientistas afirmam que a primeira praga foi o resultado da explosão vulcânica; a Bíblia apenas afirma que Moisés tocando com a sua vara nas águas do Nilo, estas se transformam em sangue. Os mesmos cientistas atestam que a nona praga foi marcada por uma escuridão, motivada por uma tempestade de areia que durou três dias.
A Bíblia, volto a referir, diz que as trevas eram tão densas que nada se via e que durou três dias!
As opiniões divergem. Porém continuo a acreditar que a nona praga foi a consequência da erupção de Tera no Mediterrâneo Oriental. O meu sentimento vem do conhecimento de que os ventos de verão sopram nesta região mediterrânica, no sentido noroeste-sudeste… em direcção ao Egipto!
Ora se os vulcanólogos dizem que a explosão em Tera foi quatro vezes superior à da Cracatoa na Indonésia…
Estas informações não coincidentes vêm confirmar que qualquer acontecimento não pode ser visto à mesma escala.
Rumemos em frente.
A arte e a civilização gregas foram elevadas ao mais alto grau, no século V a.C.; “o Século de Péricles”.
Ascendendo ao poder, este eminente estratega rompeu com o retrógrado passado político.
Orador de grande eloquência, conduziu com apurada inteligência a Cidade Estado, Atenas, com segurança, impondo-se pela força da razão.
Refreando a ambição da cristocracia, trabalhou imenso para a promoção das clases populares; empreendeu iniciativas como obras públicas para oferecer trabalho a artífices ociosos; ampliou o porto marítimo do Pireu.
Para embelezar a cidade, Péricles, iniciou grandes obras de arquitectura clássicas; fundou as chamadas cléruquias (colónias para famílias sem trabalho); dinamizou a Assembleia estendendo a participação a todos os atenienses; deu a devia atenção à pedagogia: as ciências, letras e desporto passaram a ser disciplinas obrigatórias para a juventude.
Este sistema educativo pretendia um ideal humano feito de equilíbrio entre o corpo e o espírito: “Corpo são em mente sã”.
Não viria mal algum ao mundo se os políticos da “nossa praça” estudassem um pouco, a história da Grécia do tempo de Péricles.

Cândido Ferrer

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